ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA CHARNECA DE CAPARICA



Se pudéssemos ser nós a traçar o percurso histórico como é que o traçaríamos? Como é que queremos o planeta em 2057? Podemos imaginar o que diriam os livros de História no futuro? Investigando e aprofundando alguns temas iremos pensar em formas de retratar os acontecimentos do passado, do presente e projectar os que possam ser marcantes para o planeta no futuro.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A política expansionista de D. João II

D. João II retoma a política de expansão marítima, tendo como grande objectivo atingir a Índia através do Atlântico Sul. A Coroa recupera o monopólio comercial, ou seja, o controlo exclusivo de exploração e comércio colonial. No seu reinado vai ficar explorada toda a costa ocidental africana, empreendimento em que sobressaem Diogo Cão e Bartolomeu Dias, que vai dobrar o Cabo das Tormentas, depois chamado da Boa Esperança, em 1488. O monarca começou a preparar a grande viagem até à Índia, tentando obter o máximo de informações sobre essas paragens. Para isso, mandou vários emissários por terra, Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar.

Cristóvão Colombo faz a descoberta da América, pensando ter atingido a Índia. D. João II vai reivindicar a posse dessas terras, nos termos do Tratado de Alcáçovas de 1479. Seguem-se negociações, com intervenção do Papa, que acabam com a assinatura do Tratado de Tordesilhas, no ano de 1494, em que se determina que a linha de meridiano 370 léguas a oeste da Ilha de Santiago, Cabo Verde, dividia a Terra nas duas zonas de influência de Portugal e Espanha. Como esta linha faz com que o Brasil fique na zona portuguesa, tal facto tem levado a supor que D. João II já sabia da existência das terras do Brasil. Este tratado veio instituir a doutrina do mare clausum, dividindo o mundo em duas grandes áreas de exploração geográfica e económica, uma para Portugal e outra para Castela, deixando de fora os restantes países Europeus.

Carla Tavares - 8º A


Algumas influências históricas na produção literária portuguesa do século XX

  • O MOSTRENGO

    O mostrengo que está no fim do mar
    Na noite
    de breu ergueu-se a voar;
    Á roda da nau voou três vezes,
    Voou três vezes a chiar,
    E disse: «Quem é que ousou entrar
    Nas minhas cavernas que não desvendo,
    Meus tectos negros do fim do mundo?»
    E o homem do leme disse, tremendo:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    «De quem são as velas onde me roço?
    De quem as quilhas que vejo e ouço?»
    Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
    Três vezes rodou imundo e grosso,
    «Quem vem poder o que só eu posso,
    Que moro onde nunca ninguém me visse
    E escorro os medos do mar sem fundo?»
    E o homem do leme tremeu, e disse:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    Três vezes do leme as mãos ergueu,
    Três vezes ao leme as reprendeu,
    E disse no fim de tremer três vezes:
    «Aqui ao leme sou mais do que eu:
    Sou um Povo que quer o mar que é teu;
    E mais que o mostrengo, que me a alma teme
    E roda nas trevas do fim do mundo,
    Manda a vontade, que me ata ao leme,
    De El-Rei D. João Segundo!»

    Fernando Pessoa in Mensagem



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A Era das Grandes Navegações e Descobrimentos marítimos

Navegar nos séculos XV e XVI era muito arriscado, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo causado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, outros tinham uma visão da terra como algo plano e portanto, ao navegar para o "fim" os navios poderiam cair num grande precipício.

Assim, tornou-se fundamental organizar as viagens. Era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. Os europeus já podiam contar com alguns instrumentos de navegação. Foi então que se lançaram nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. No caso português, com o fim de descobrir uma nova rota marítima para a Índia e descobrir novas terras.
Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Marta Silva - 8º B


Curiosidades

Sabias que...

- O aeroporto de Veneza se chama Marco Polo di Venizia, em sua honra?

- Que foi na obra de Marco Polo que Cristóvão Colombo baseou os seus cálculos para chegar à "Índia" por Ocidente?

- é a unidade de velocidade de uma embarcação?

(O nó tem a sua origem nas práticas utilizadas nos navios para estimar avelocidade. Consistia em lançar da popa do navio um flutuador com uma forma calibrada, ligado ao navio por um cabo que tinha nós feitos a distâncias regulares. Medindo o número de nós que eram largados durante determinado tempo para permitir que o flutuador não fosse arrastado, dava uma estimativa da velocidade.)