ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA CHARNECA DE CAPARICA



Se pudéssemos ser nós a traçar o percurso histórico como é que o traçaríamos? Como é que queremos o planeta em 2057? Podemos imaginar o que diriam os livros de História no futuro? Investigando e aprofundando alguns temas iremos pensar em formas de retratar os acontecimentos do passado, do presente e projectar os que possam ser marcantes para o planeta no futuro.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O Império português no século XVI . Em destaque estão os arquipélagos da Madeira e dos Açores

(Re)descoberta da Madeira e dos Açores

A exploração geográfico-marítima iniciou-se com a (re) descoberta das ilhas atlânticas, os arquipélagos da Madeira e dos Açores, já conhecidos pelos navegadores ibéricos e italianos desde o século XIV.


Foi com João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, navegadores enviados pelo Infante D. Henrique, que ficou a ssinalada a descoberta oficial da Madeira (1419-1420), e com Diogo Silves e Diogo Teive a do arquipélago dos Açores (1427-1452).


Os arquipélagos da Madeira e dos Açores situam-se em pleno oceano Atlântico: a Madeira a sudoeste de Portugal continental e os Açores a oeste.

O arquipélago da Madeira é constituído pelas ilhas da Madeira e de Porto Santo e por dois conjuntos de ilhotas, as desertas e as Selvagens.

O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas distribuídas por três grupo: Ocidental (Corvo e Flores), Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico, e Faial) e Oriental (S. Miguel e Sta. Maria).

A colonização da Madeira iniciou-se em 1425 e a dos Açores em 1439, por iniciativa de Infante D. Henrique. O povoamento e a exploração das ilhas foram organizados em territórios denominados capitanias, administrados por capitães-donatários, que eram responsáveis pela exploração dos recursos naturais e que tinham a função de promover o povoamento destes territórios através da concessão de lotes de terra a colonos e, ainda a sua exploração económica.


As ilhas atlânticas também foram importantes como ponto escala de navegação portuguesa aquando da exploração da costa ocidental africana.


Isabel Tavares - 8º A

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A política expansionista de D. João II

D. João II retoma a política de expansão marítima, tendo como grande objectivo atingir a Índia através do Atlântico Sul. A Coroa recupera o monopólio comercial, ou seja, o controlo exclusivo de exploração e comércio colonial. No seu reinado vai ficar explorada toda a costa ocidental africana, empreendimento em que sobressaem Diogo Cão e Bartolomeu Dias, que vai dobrar o Cabo das Tormentas, depois chamado da Boa Esperança, em 1488. O monarca começou a preparar a grande viagem até à Índia, tentando obter o máximo de informações sobre essas paragens. Para isso, mandou vários emissários por terra, Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar.

Cristóvão Colombo faz a descoberta da América, pensando ter atingido a Índia. D. João II vai reivindicar a posse dessas terras, nos termos do Tratado de Alcáçovas de 1479. Seguem-se negociações, com intervenção do Papa, que acabam com a assinatura do Tratado de Tordesilhas, no ano de 1494, em que se determina que a linha de meridiano 370 léguas a oeste da Ilha de Santiago, Cabo Verde, dividia a Terra nas duas zonas de influência de Portugal e Espanha. Como esta linha faz com que o Brasil fique na zona portuguesa, tal facto tem levado a supor que D. João II já sabia da existência das terras do Brasil. Este tratado veio instituir a doutrina do mare clausum, dividindo o mundo em duas grandes áreas de exploração geográfica e económica, uma para Portugal e outra para Castela, deixando de fora os restantes países Europeus.

Carla Tavares - 8º A


Algumas influências históricas na produção literária portuguesa do século XX

  • O MOSTRENGO

    O mostrengo que está no fim do mar
    Na noite
    de breu ergueu-se a voar;
    Á roda da nau voou três vezes,
    Voou três vezes a chiar,
    E disse: «Quem é que ousou entrar
    Nas minhas cavernas que não desvendo,
    Meus tectos negros do fim do mundo?»
    E o homem do leme disse, tremendo:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    «De quem são as velas onde me roço?
    De quem as quilhas que vejo e ouço?»
    Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
    Três vezes rodou imundo e grosso,
    «Quem vem poder o que só eu posso,
    Que moro onde nunca ninguém me visse
    E escorro os medos do mar sem fundo?»
    E o homem do leme tremeu, e disse:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    Três vezes do leme as mãos ergueu,
    Três vezes ao leme as reprendeu,
    E disse no fim de tremer três vezes:
    «Aqui ao leme sou mais do que eu:
    Sou um Povo que quer o mar que é teu;
    E mais que o mostrengo, que me a alma teme
    E roda nas trevas do fim do mundo,
    Manda a vontade, que me ata ao leme,
    De El-Rei D. João Segundo!»

    Fernando Pessoa in Mensagem



terça-feira, 13 de novembro de 2007

Génios do conhecimento e figuras da Históra

Marco Polo


Marco Polo nasceu em Veneza no ano de 1254. Com o pai e um tio, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda. O relato detalhado das suas viagens pelo oriente, foi durante muito tempo uma das poucas fontes de informação sobre a Ásia no ocidente. As suas aventuras de viagem foram traduzidas para latim em 1315 e em 1485, depois de traduzidas em várias línguas, foram impressas.

A primeira tradução portuguesa impressa surgiu em 1502, com o título de “Livro de Marco Paulo”.

As suas crónicas e histórias povoaram imensamente o imaginário de vários povos e chamavam a atenção pela incrível riqueza de detalhes e emoção produzida pelas suas narrativas.Nunca antes ou desde então”, diz um historiador, “um homem forneceu tão imensa quantidade de novos conhecimentos geográficos ao Ocidente”. O livro de Marco Pólo é um testemunho da fascinação do homem por viagens, novas paisagens e terras distantes.

Hoje, o livro de Marco Polo continua a ser uma geografia completa do seu tempo, um testemunho único que mostra à Europa as incomparáveis riquezas e o alto grau de civilização da Ásia.

Marco Polo encerra a era dos geógrafos do lendário e inaugura a dos exploradores e colonizadores dos tempos modernos.

Hugo Rodrigues - 8º B

domingo, 11 de novembro de 2007

História dos instrumentos de navegação e das embarcações

Nau


À medida que se foi desenvolvendo o comércio marítimo e se tornou necessário aumentar a capacidade do transporte de mercadorias, armamento, marinheiros e soldados, foram sendo modificadas as características dos navios utilizados. Então surgiram as naus.

Nau é um barco de grande porte destinado a longos percursos. Tem dois, três ou quatro mastros, com duas ou três ordens de velas sobrepostas, as naus eram imponentes e de armação arredondada e tinham velas latinas no mastro de ré.

Em 1492 Cristovão Colombo rumou ao descobrimento da América com a nau Santa Maria. Em 1497 partiu Vasco da Gama para a Índia já com três naus e uma caravela.

A nau que fazia a "Carreira da Índia" permitia o transporte de maior tonelagem de mercadorias e tornara-se viável porque aumentara o conhecimento das rotas adequadas para o aproveitamento dos ventos mais favoráveis à progressão das naus.

Caravela


A caravela era um navio rápido, de fácil manobra, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, deslocavam 50 toneladas. A tripulação de uma caravela poderia rondar os 20 ou 25 homens em média. A partir de finais do século XV e inícios do XVI sofre ajustamentos que deram à caravela um maior porte e passa a poder transportar 50 homens. As velas «latinas» (triangulares) permitiam utilizar a técnica de bolinar, pois eram duas vezes maiores que as das naus, o que lhes permitia ziguezaguear contra o vento e, consequentemente, explorar zonas cujo regime dos ventos era desconhecido. Devido a estes aperfeiçoamentos, a caravela tornou-se num factor da prioridade portuguesa na expansão. A caravela transformou-se mais tarde em navio mercante para o transporte de homens e mercadorias.

E foi com uma caravela que Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança, em 1488. É de salientar que a caravela é uma invenção portuguesa, em conjunto com os conhecimentos que haviam adquirido dos árabes.

Barca



A Barca era um navio de madeira, de pequeno porte com um só mastro e que só navega com vento favorável, sendo também muito frágil.
A vela é quadrada, também chamada vela redonda porque com a força do vento ficava arredondada como um balão.
A barca destinava-se a viagens curtas. Foi numa barca que Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador em 1434.
A barca utilizava uma navegação de cabotagem, ou seja, navegava ao longo da costa entre vários portos. Era também utilizada para a pesca.

Tiago Afonso - 8º A



Barinel


O Barinel teve origem no Mediterrâneo tendo sido usado ao serviço da pescaria. Julga-se ser o barinel de maior tonelagem do que a barca, de proa alterosa e recurvada semelhante à das meias luas ovarinas, a popa de painel, o leme de grande porte, a ré talvez um tendal para servir de abrigo, arvorando dois mastros com uma vela redonda de arrear e podendo armar remos para poder navegar em tempo bonançoso e para aproximação a terra.
Pensa-se que o seu nome provém das embarcações de transporte que usavam os egípcios.

Bartolomeu e António de Noli, quando vieram para o serviço do Infante, trouxeram um barinel comprado em Génova, que seria apropriado para a exploração da costa africana.


Carolina Louro - 8º A

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Balestilha


Há quem afirme que foram os portugueses que inventaram a balestilha. Diz-se que a origem do seu nome poderá ser balhesta, o mesmo que besta, a arma medieval, devido à sua semelhança.

É constituída por uma régua de madeira, o virote, de secção quadrada e com três ou quatro palmos de comprimento, na qual se enfia a soalha que ocorre perpendicularmente ao virote.

A leitura da altura do astro era feita no ponto da escala gravada no virote onde a soalha correspondente tinha ficado, isto porque a balestilha tinha três ou quatro soalhas, conforme a altura do astro a medir.
Para medir o sol, a operação era feita de costas para o astro, para não ferir a vista.

Quadrante


O quadrante é um instrumento muito antigo. No ano de 1460, ano da morte do Infante D. Henrique, era utilizado pelos portugueses.
O quadrante permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, o cálculo baseava-se na altura da Estrela Polar.

Tinha a forma de um quarto de círculo, graduado de 0º a 90º. Na extremidade onde estavam marcados os 90º tinha duas pínulas com um orifício por onde se fazia pontaria ao astro. No centro tinha um fio-de-prumo.
Observando a posição do fio-de-prumo lia-se a graduação que indicava a altura do astro.
(Carolina Fernandes - 8º A)

Astrolábio

Inventado por Hiparco de Nicéia, o astrolábio, era usado para determinar a posição dos astros no céu e foi utilizado como instrumento de navegação marítima durante muito tempo na época dos Descobrimentos.

O astrolábio (náutico) moderno de metal foi inventado por Abraão Zacuto em Lisboa, a partir de versões árabes pouco precisas. Este instrumento foi uma novidade na Europa, datando de 1519 o seu primeiro desenho e descrição. O disco inicial foi parcialmente aberto para diminuir a resistência ao vento. Era formado por um disco de latão graduado na sua borda, num anel de suspensão e numa mediclina (espécie de ponteiro).

O manejo do astrolábio exigia a participação de duas pessoas; consistia num grande círculo, por cujo interior corria uma régua; um homem suspendia o astrolábio na altura dos olhos, alinhando a régua com o sol enquanto outro lia os graus marcados no círculo.

O astrolábio, versão náutica, permitia saber a distância que ia do ponto de partida até ao lugar onde a embarcação se encontrava, mas descobria-se isso medindo a altura do sol ao meio-dia. O que era difícil pois não havia relógios. Na época media-se o tempo com ampulhetas, cujos resultados eram pouco rigorosos.

(Beatriz Grilo - 8º B)


Anemómetro ou Anemógrafo

Um anemómetro é um dispositivo que indica a velocidade com que o vento sopra. Um anemómetro permite medir com precisão a velocidade do vento

Marta Silva - 8º B

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bússola

Bússola, astrolábio, balestilha, quadrante, ampulheta, ou outros, são instrumentos de orientação. A bússola, por exemplo, simples ou sofisticada, permite-nos encontrar o Norte. Desde a sua invenção foi e continua a ser de grande utilidade. Vejamos!

Foi no passado um precioso auxiliar dos navegadores, associada, é certo, aos demais instrumentos.

A palavra “bússola” vem do italiano bussola, que significa “pequena caixa”. A bússola é constituída por uma agulha magnética na horizontal suspensa pelo centro de gravidade, e aponta sempre para o eixo norte-sul, ao seguir a direcção do centro magnético da Terra, ou seja, indica o pólo.

Não se sabe ao certo quem inventou a bússola mas atribui-se a descoberta da orientação natural dos ímanes aos chineses, por volta do ano 2000 a.C., e por consequência, a invenção da bússola.
Os árabes é que a introduziram na Europa, e foi Flávio Gioia que inseriu o desenho da rosa-dos-ventos na bússola.

Por volta do século XV foi descoberta a declinação magnética, ou seja, a diferença entre o Norte magnético, indicado pela agulha, e o Norte verdadeiro, possivelmente, esta declinação foi descoberta pelos portugueses. A declinação era verificada pela comparação da observação da Estrela Polar, quando no hemisfério norte, ou do Cruzeiro do Sul, quando no hemisfério sul, e a direcção apontada pela bússola.

Presentemente continuamos a necessitar conhecer os pontos cardeaias para não estarmos perdidos. Por exemplo, numa caminhada ou no ciclismo usamos a bússola (geográfica), em trabalhos técnicos de Geologia, Engenharia Civil ou de Geomorfologia, usamos a bússola (dos geólogos); no projecto de uma casa, de um prédio ou de uma indústria tem que constar a indicação da direcção Norte, o engenheiro tem que conhecer os movimentos do Sol para poder projectar as janelas e as portas e, para isso tem que orientar-se pelos pontos cardeais. Um navegador, um aviador ou um pescador tem que conhecer os pontos cardeais, pois caso contrário não consegue trabalhar. Perde-se. O pescador pode não saber nada de astronomia, mas tem que saber encontrar a praia de onde partiu.

Constatamos que, tanto no presente como no futuro próximo, os conhecimentos adquiridos no passado permanecem fundamentais e imprescíndiveis, para rentabilizarmos os nossos saberes, logo o nosso trabalho. No exemplo da construção civil, pensarmos que casas bem projectadas podem evitar gastos de energia com a iluminação, rentabilizando a luz do sol, poupando energia e respeitando o ambiente.

Quanto aos instrumentos náuticos vamos tentar saber se num mundo de alta tecnologia, ainda há lugar para eles. Vimos a bússola, estudaremos mais alguns e veremos se ainda são úteis? Se ainda se adaptam e adequam a novas utilizações?

(Inês Afonso - 8º B)

A Era das Grandes Navegações e Descobrimentos marítimos

Navegar nos séculos XV e XVI era muito arriscado, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo causado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, outros tinham uma visão da terra como algo plano e portanto, ao navegar para o "fim" os navios poderiam cair num grande precipício.

Assim, tornou-se fundamental organizar as viagens. Era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. Os europeus já podiam contar com alguns instrumentos de navegação. Foi então que se lançaram nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. No caso português, com o fim de descobrir uma nova rota marítima para a Índia e descobrir novas terras.
Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Marta Silva - 8º B


Curiosidades

Sabias que...

- O aeroporto de Veneza se chama Marco Polo di Venizia, em sua honra?

- Que foi na obra de Marco Polo que Cristóvão Colombo baseou os seus cálculos para chegar à "Índia" por Ocidente?

- é a unidade de velocidade de uma embarcação?

(O nó tem a sua origem nas práticas utilizadas nos navios para estimar avelocidade. Consistia em lançar da popa do navio um flutuador com uma forma calibrada, ligado ao navio por um cabo que tinha nós feitos a distâncias regulares. Medindo o número de nós que eram largados durante determinado tempo para permitir que o flutuador não fosse arrastado, dava uma estimativa da velocidade.)